quinta-feira, 25 de julho de 2013

25 DE JULHO: DIA LATINO AMERICANO E CARIBENHO DE LUTA DA MULHER NEGRA!

Para dizer basta ao racismo e ao machismo (duas formas de opressão) se reuniram representantes de 70 países no 1º Encontro das Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em 25 de julho de 1992, na República Dominicana.

Nós da ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes LIVRE – entendemos a importância dessa data para a população negra e para a classe trabalhadora, pois temos a clareza de que a sociedade capitalista utiliza as opressões (racismo, machismo e homofobia) para acentuar a exploração dos trabalhadores e da juventude.

Lutamos ao lado daqueles que são contra a opressão e a exploração! O capitalismo transforma negras e negros em seres humanos inferiores, empobrecidos, excluídos e marginalizados. A ideologia dos “de cima”, diz que isto é “natural”, pois assim, legitima o racismo e o machismo para explorar ainda mais milhões de mulheres negras. Destruir essa ideologia é tarefa dos homens e mulheres da classe trabalhadora, de forma independente aos governos e patrões e ao lado dos demais setores oprimidos!
Nossa luta é a luta das Dandaras, Anastácias, Rosas Parks e LuizasMahins. Mas também de Zumbi, de João Cândido e Luis Gama! Nossa luta tem a resistência e a rebeldia das Haitianas que enfrentam, por mais de nove anos, a truculenta ocupação militar do Brasil no Haiti!

Neste 25 de Julho, mais uma vez, nossas palavras de ordem serão:
ü  Por um modelo econômico que atenda à necessidade das trabalhadoras e jovens negras; que deixe de priorizar os bancos, a Copa e a dívida externa e que invista nos serviços públicos de saúde, moradia, transporte, educação e nas políticas públicas de reparação ao povo negro.
ü  Contra a violência e a exploração sexual! Dilma vete o estatuto do nascituro e a bolsa estupro! Anticoncepcionais para não engravidar, educação sexual para decidir, aborto legal e seguro para não morrer! Creches públicas, já! Contra legalização da prostituição!
ü  Pela revisão da PEC das empregadas domésticas. Garantia dos direitos trabalhistas e proteção social às empregadas domésticas como os garantidos pela CLT!
ü  Contra as políticas dos governos estaduais, municipais e federal de genocídio e violência a juventude negra. Punição imediata dos assassinos. Desmilitarização imediata das policias. Contra a redução da maioridade penal.
ü  Por um verdadeiro estatuto da igualdade racial! Cotas raciais nas universidades e concursos públicos, com reserva de vagas proporcionais à população negra de cada estado. Pelas titulações das terras quilombolas e indígenas!
ü  Contra o machismo, o racismo, a homofobia! Por um Estado Laico! Fora Feliciano!


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dia Internacional do Orgulho LGBT

Hoje comemora-se o “Dia Internacional do Orgulho LGBT”. A data surgiu em 28 de Junho de 1969, em Stonewall Inn, um bar em Nova Iorque. Quando milhares de gays, lésbicas e travestis revoltaram-se contra as constantes agressões policiais e contra a máfia que controlava os bares gays (que eram proibidos). Neste dia, eles resolveram lutar e resistir a uma “batida”, organizaram barricadas e enfrentaram a repressão por três noites seguidas.
Atualmente no Brasil, nossa “resistência Stonewall” se dá no marco do “Fora Feliciano”.  ANEL puxa e constrói atos em todo o país, exigindo a saída do deputado da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e contra o projeto “cura gay”. Várias cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre foram palcos das lutas contra o preconceito e a intolerância.
A ANEL Maringá apoia essas lutas e tem a clareza de sua importância! Desejamos e lutamos por um mundo SEM HOMOFOBIA, SEM LESBOFOBIA, SEM TRANSFOBIA, SEM MACHISMO E SEM RACISMO! Acreditamos em um mundo sem opressão e lutamos por ele!

Fazemos o chamado à classe trabalhadora para que esse 28 de Junho não seja um dia de festa, mas de LUTA! É hora de dizer: BASTA DE INTOLERÂNCIA! O AMOR NÃO TEM CURA! FORA FELICIANO, NÃO ME REPRESENTA UM DEPUTADO DESUMANO!
Hoje (sexta, 28), no Largo do Arouche em SP, nossos companheir@s CSP – CONLUTAS.  organizaram mais  um protesto pelo Fora Feliciano e contra a “Cura Gay”, que está marcado para às 19h e será a abertura do I Encontro Nacional LGBT da CSP – CONLUTAS. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nota da ANEL Maringá sobre a tragédia em Santa Maria - RS


    Na manhã de ontem, domingo (27), o Brasil inteiro foi sacudido com a notícia do incêndio da boate “Kiss”, em Santa Maria – RS. O desastre causou mais de 230 mortes, todos jovens e estudantes da UFSM. A ANEL Maringá se solidariza e manifesta seu pêsar às famílias e aos amigos das vítimas.
Neste momento, além da tristeza e dor da perda, fica em cada um de nós, o sentimento de indignação e vontade de justiça. Nenhuma prisão trará de volta os que se foram, mas a justiça deve ser feita e os culpados devem ser presos.
    Nos revoltamos com o descaso do dono da boate, quanto a estrutura deficitária do local e a superlotação do mesmo, na noite em questão. Nos assusta a falta de fiscalização desses locais por parte do poder público, pois muitas tragédias como essa poderiam ser evitadas, se houvesse uma fiscalização eficiente nesses locais.
    Aqueles que poderiam evitar um desastre de tais proporções não tem agora o direito de somente pronunciar-se e lamentar pelo ocorrido. Neste momento, além de total solidariedade à família e aos amigos das vítimas, exigimos que os fatos sejam apurados e os responsáveis pela tragédia sejam devidamente punidos.
    Essa tragédia nos faz também pensar sobre a proibição das festas universitárias dentro dos campi. Uma vez que defendemos que a Universidade deve ser livre espaço de convivência para os estudantes, sendo assim, a Universidade deve se responsabilizar e fiscalizar os locais das festas dentro dos campi e não proibi-las, jogando a sociabilidade dos estudantes nas mãos de empresários gananciosos como esses.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

#Somos Todos Guarani-Kaiowá!



O que está acontecendo com os índios da etnia Guarani-Kaiowá?
Tudo começou quando os índios da etnia Guarani-Kaiowá na cidade de Iguatemi, a cerca de 460 km de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, cansados de serem cercados e terem suas terras invadidas pelo constante crescimento do agronegócio na região, somado a morosidade da justiça em tomar uma decisão, decidiram retomar parte do tekoha (território sagrado) Arroio Koral, localizado no município de Paranhos.
No dia 10 de novembro cerca de 400 indígenas haviam montado acampamento no território reclamado pelos proprietários da Fazenda Cambará, poucas horas depois, pistoleiros invadiram o local levando medo e terror para homens, mulheres e crianças. Essa ação resultou em muitos índios com ferimentos leves, e levou ao desaparecimento do Guarani Kaiowá João Oliveira, que não conseguiu fugir em meio ao desespero gerado. A confusão cessou apenas com a chegada da Força Nacional obrigando os pistoleiros a dispersarem e fugirem.
Porém sob ameaças de despejo das suas terras, e mesmo com medo de uma nova represália dos fazendeiros, os índios voltaram e novamente armaram seus acampamentos pela luta de seu território, e para mostrar sua disposição na resistência escreveram uma carta para a justiça brasileira no mês de Outubro de 2012, que ecoou na mídia e principalmente na web, inclusive alcançando repercussão internacional, a carta é um claro grito de resistência quando a morte parece ser o destino de todo um povo:
“A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas?? Para qual Justiça do Brasil?? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. (…) De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários dos nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.”
Na íntegra do texto da carta dizem que, após anos de luta, o grupo já perdeu as esperanças de sobreviver “dignamente e sem violência” na região onde, estão enterrados seus antepassados. Informam, em tom de ameaça, que decidiram “integralmente não sair com vida e nem mortos” e pedem que, se for determinado que eles saiam da área, governo e Justiça que enviem “vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar” os corpos.
Devido a grande repercussão que o caso ganhou, a Funai em tom de justificativa, ressaltou suas ações de regularização das terras indígenas e o caráter prioritário dos processos de regularização fundiária nas terras Guarani-Kaiowá, que já se encontram em estágio avançado do procedimento administrativo de demarcação, segundo o órgão.
Enquanto isso os índios sofrem assédio dos fazendeiros e ameaças constantes, dia 24 de novembro a índia M.B.R se dirigia do tekoha Pyelito Kue para o centro urbano de Iguatemi, entrou numa fazenda chamada São Luis e lá oito pistoleiros aguardavam a indígena, que passou a ser violentada sexualmente. A ocorrência foi registrada na delegacia do município e conforme um agente da Polícia Civil, a indígena realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Naviraí. Conforme Líder Lopes, a indígena encontra-se assustada e pouco consegue falar. O medo cerca o acampamento dos Guarani-Kaiowá, e eles seguem resistindo com a convicção de morrer pelo seu território por direito.
É preciso tomar um lado nessa discussão, o silencio dos estudantes fortalece a impunidade e os fazendeiros, nós da ANEL estamos com os índios Guarani-Kaiowá, nesse momento é preciso unificar os estudantes para exigirmos que o governo Dilma intervenha em favor dos indígenas, prendendo os responsáveis por essas atrocidades.
O movimento estudantil deve estar ao lado dos oprimidos e explorados, fortalecendo a luta por uma sociedade justa, não aceitamos o massacre dos índios. O grito de desespero dos Guarani-Kaiowá é mais um entre centenas de outros povos indígenas no mundo. Por isso hoje o grito “somos todos Guarani-Kaiowá” representa nossa indignação, é um exemplo de resistência desse povo heróico, que mesmo com constantes massacres desde o “descobrimento” do Brasil insisti em resistir até hoje.

#somostodosguaranikaiowá

sexta-feira, 29 de junho de 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012


II Assembleia Regional da ANEL no próximo sábado (14/04)!




Pessoal, neste sábado (14/04), acontecerá a II Assembleia Regional da ANEL (Maringá, Londrina e Sarandi). Estamos preparando esse espaço para discutirmos o Movimento Estudantil ativo do norte do Paraná. Por sermos uma entidade de luta que acredita na democracia pela base, nós valorizamos muito a importância de construir a assembleia com os centros acadêmicos, grêmios e independentes. Vai ser o momento no qual elaboraremos as principais campanhas da entidade, e onde definiremos as comissões executivas para tocar o trabalho da ANEL aqui, no norte do estado.



Por que construir a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre? 
A União Nacional dos Estudantes (UNE) não cumpre mais o papel combativo que cumpriu no passado -como no período da ditadura, nas campanhas ‘Fora Collor’, ‘O Petróleo é Nosso’, e tantas outras. Hoje, a UNE é uma entidade fortemente burocratizada e aparelhada pelo governo, que ao invés de impulsionar as lutas, funciona como um entrave à elas.
Estudantes da UNE com o governador, responsável pelo corte de verbas recente nas universidades estaduais.

ANEL foi fundada como o objetivo de unificar as lutas de todo o movimento estudantil, já que a entidade que nos representava não faz mais esse papel. Estamos nas ruas apoiando as mobilizações dos trabalhadores, estamos nas universidades ocupando reitorias e exigindo educação de qualidade, estamos no Chile, estamos no Egito, e convidamos todos os ativistas a participarem das lutas com a gente! Vamos conhecer nossos espaços, nosso programa, e construir essa entidade combativa!
Nas palavras de nossas deliberações congressuais: “por um movimento estudantil classista, socialista, independente frente aos governos, autônomos em relação aos partido, radicalmente democrático, combativo, construído pela base e que privilegie a luta direta em relação às ações institucionais”.
  • ASSEMBLEIA REGIONAL DA ANEL (MARINGÁ, LONDRINA E SARANDI): dia 14/04 no DACESE-UEM, a partir das 8h30. 
    A Assembléia Nacional dos Estudantes Livre prioriza a independência financeira, por isso estamos cobrando uma taxa de R$5,00 para os custos da organização do encontro – passagens dos convidados e lanche.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Nota feita (e panfletada) pela ANEL Maringá no Dia Internacional das Mulheres (08 de março).


quarta-feira, 14 de março de 2012

NOTA SOBRE INCÊNDIO NA UEM

Nós, da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL-Maringá), que desde 2009 lutamos cotidianamente por melhorias em nossa Universidade, repudiamos publicamente a atitude INDIVIDUAL de incendiar as barricadas colocadas na UEM.

Essa medida depreda o patrimônio público e nada contribui para a luta dos estudantes, funcionários e docentes dessa instituição. 

É claro que necessitamos de mais verbas para educação e, infelizmente, essa postura individual denigre o movimento unificado de paralisação. 

Porém, ao saber do ocorrido, o mesmo tomou as medidas necessárias com o ocorrido. 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ESTUDANTES BRASILEIROS VOLTAM A LUTAR

Quem disse que sumiu?
Ô abre-alas que o novo movimento estudantil quer passar

Os estudantes no Brasil voltaram a lutar. Desde 2007/2008, último processo forte e generalizado que teve no movimento estudantil brasileiro, não vivíamos uma situação como a atual. Seguiram havendo pequenos protestos, lutas localizadas em algumas cidades, universidades e escolas. Atualmente, não chegamos a nenhum grande ascenso, mas desde o começo do semestre já houveram pelo menos 15 universidades em luta, e já é possível enxergar o que unifica os processos atuais e faz deles expressão da mesma causa. Mais ainda: em Teresina e outras cidades, a juventude foi às ruas contra o aumento da passagem, em defesa do Passe-Livre, e no Piauí em uma heróica luta fez o prefeito recuar no reajuste da tarifa. Longe de ter sumido, o movimento estudantil está mostrando que ainda será agente de futuras transformações no país.

Caindo a máscara da expansão

Nos últimos anos, o movimento estudantil independente esteve bastante preocupado com os rumos da universidade pública. O governo Lula, desde 2004, começou a implementar a Reforma Universitária, que teve como ápice a aplicação do decreto 6096 de abril de 2007, mais conhecido como REUNI. O projeto como um todo tratava por adequar o Brasil à outra lógica de formação no ensino superior. A partir de uma expansão das vagas sem aumento significativo de verbas, seriam formados alguns poucos centros de excelência, com produções de conhecimento com muita inserção de empresas privadas, além de outras universidades formadoras de mão-de-obra de média qualificação, que pudesse ocupar postos de trabalho mais precários, e que simplesmente não contassem com o devido investimento para condições mínimas de funcionamento. As universidades teriam dois caminhos possíveis: ou a elitização, ou a expansão precarizada.

O governo, portanto, realizou nesses últimos anos uma série de medidas provisórias, decretos, projetos de lei que acabaram por aprofundar a precarização. A expansão significou a entrada de milhares de jovens que sonhavam com uma universidade que não encontraram depois de passar no duro funil do vestibular. Serviram mais como números estatísticos do que um investimento para o país. Agora, a frustração está se transformando em ação. Uma parcela desses jovens, junto com outros que lutaram contra a aplicação do projeto, começaram a se mobilizar para mudar essa realidade. Foram esses que estiveram à frente das grandes assembléias, greves, atos e/ou ocupações de reitoria – fazendo renascer o mais usado método de luta de 2007 – na UFPR, UEM, UFSC, UNIFESP, IFBA, IFG, UFF, UFES, UFRN, UFAL, USP-Lorena… Nas demais, já há um clima diferente e começam a haver pequenas lutas.

Na maioria dessas mobilizações, a principal pauta está relacionada com (a falta de) assistência estudantil. Especialmente problemas com restaurante universitário, moradias estudantis e as poucas bolsas de baixo valor (a grande maioria 360 reais). Além disso, são generalizados problemas de estrutura e lacunas no quadro de professores e servidores. Esses problemas já vêm se acumulando há anos nas universidades, mas por conta do aumento no número de alunos e a falta de investimento necessária, se agravaram muito. A parte boa é que agora, tem muito mais estudante pra lutar por melhorias.

Em cada reivindicação específica está contida a necessidade de 10% do PIB para a educação

Desde o início do ano, entidades e movimentos sociais do país retomaram uma antiga bandeira da esquerda, a reivindicação do investimento de 10% do PIB brasileiro para a educação pública. A razão é que em 2010, concluiu-se a implementação do antigo Plano Nacional de Educação, que previa 295 metas das quais 2/3 não foram cumpridas. Agora está tramitando uma nova versão, elaborada pelo governo Dilma, que prevê 20 metas que orientam como será a educação brasileira para os próximos 10 anos, e na última, o quanto será investido para isso: 7% do PIB, atingidos em 2020.

Indignados com a situação que nos encontramos hoje, onde há um grande crescimento econômico e abundância de riquezas naturais (e novas sendo descobertas, como o Pré-Sal) e boa parcela da população é analfabeta e a grande maioria não pode sequer entrar na universidade, resolvemos ir à ação. Começou a ser construída uma campanha unificada nacionalmente, na qual a ANEL se uniu ao ANDES, CSP-CONLUTAS, MST, MTST, e diversas entidades estudantis, como o DCE UFRJ, UFF, UFRGS, etc, em defesa do investimento de 10% do PIB para a educação pública.

Cada problema vivido hoje nas universidades, e também nas escolas, na falta de passe-livre, de qualidade no ensino, de mais vagas, está relacionado ao problema do baixo investimento em educação feito pelo governo federal. Por isso que as lutas que hoje estão se desenvolvendo tiveram em sua pauta a reivindicação dos 10% do PIB para a educação. E necessariamente, acabam por se opor ao novo PNE de Dilma e Fernando Haddad – ministro da Educação.

A luta vem, a UNE some: o Novo pede passagem

Em cada um desses processos, mais uma semelhança: a ausência da União Nacional dos Estudantes. Comprometidos com a política educacional do governo e, especialmente, com o novo PNE de Dilma e Haddad, a UNE mostra que a defesa que faz dos 10% do PIB para a educação tende a ficar só no discurso.

No dia 24 de agosto, movimentos sociais da esquerda brasileira organizaram uma grande Marcha em Brasília que reuniu mais de 20 mil e questionou a política econômica do governo federal, na qual o crescimento econômico não reverte em melhorias nas condições de vida dos trabalhadores. A ANEL esteve presente, com mais de 1000 estudantes, entoando cantos de defesa da educação, de apoio à luta dos estudantes chilenos, e depois rumou ao Ministério da Educação, promovendo sua 5ª blitz da educação com o “Caça-Haddad”. Nos reunimos com o Ministro e sua equipe, e junto com uma comissão de DCEs e representantes das lutas em curso, apresentamos nossas reivindicações.

Apesar dos chamados da ANEL, a UNE preferiu não se somar à Marcha e construir a sua própria no dia 31, que sequer contou com a participação efetiva da Oposição de Esquerda da UNE. Sem a presença dos estudantes das universidades em luta, sem refletir um processo de construção pela base e sem qualquer crítica à política educacional do governo que corta verbas da educação e privilegia o ensino privado, a bandeira dos 10% do PIB acabou vazia de conteúdo.

É hora de construir os Comitês, um grande 15 de Outubro e o Plebiscito Popular em novembro!

A Campanha Nacional já está se desenvolvendo em cada Estado. No Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Bahia e outros estados, já foram formados os Comitês Estaduais de campanha, que promoveram lançamentos com a presença de sindicatos dos profissionais da educação, seções do ANDES-SN, professora Amanda Gurgel, executivas estaduais da ANEL, etc. Cada vez mais entidades se comprometem com a campanha e, especialmente, com a construção do Plebiscito Popular na primeira quinzena de novembro, que poderá coletar milhões de votos dialogando com o conjunto da população brasileira.

Uma importante iniciativa da Campanha será a organização de um grande 15 de Outubro. Está sendo chamado pelo movimento 15-M da Espanha um dia mundial de ocupações de praça para o 15 de outubro, e além disso, aqui no Brasil é o tradicional Dia do Professor, que sempre acontece protestos em defesa da educação. Queremos canalizar para este dia todas as manifestações que vem se desenvolvendo em nosso país, como a luta contra a Corrupção, contra Belo Monte e o Código Florestal, de combate às Opressões e pelo kit anti-homofobia, de denúncia às obras superfaturadas da Copa, aos desvios de dinheiro e remoções forçadas e pelo Fora Ricardo Teixeira, e também é claro, em defesa dos 10% do PIB para a educação.

Nos meses de setembro e outubro irão acontecer as Assembléias Estaduais da ANEL e é muito importante que os estudantes livres planejem como será o desenvolvimento da Campanha Nacional na sua universidade e escola, como podemos incentivar os processos de luta, e como a ANEL colocará suas forças à serviço do fortalecimento dos comitês, da construção do 15-O e do Plebiscito Popular.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Onda de lutas no movimento estudantil já conquista as primeiras vitórias


QUEM DISSE QUE SUMIU?


Movimento Estudantil brasileiro volta a luta, realizando greves e ocupando reitorias país afora. Parece que os ventos da juventude indignada em todo o mundo, chegou ao Brasil. Só na semana da Jornada Nacional de Lutas, 7 reitorias foram ocupadas e 3 greves gerais de universidades estão em curso.

Todo mundo reconhece que 2011 foi um ano que começou diferente. Dia 25 de janeiro, começou uma Revolução no Egito e fez a força da praça Tahrir ocupada derrubar a ditadura de Mubarak e se tornar incentivo para a luta de jovens de todo o mundo. Foi assim na Espanha, Portugal, Grécia, Inglaterra, mais recentemente no Chile.

Os ventos da primavera árabe e do movimento 15-M parece que chegaram ao Brasil. Após o início das aulas, os estudantes vem se mobilizando com força em diversas universidades do país, fazendo assembléias com centenas de alunos que tem votado greve, manifestações e ocupações de reitoria, método muito utilizado no último ascenso estudantil de 2007.

Atualmente, a UFPR e a UNIFESP se encontram em greve geral, além dos Institutos Federais da Bahia, antigos CEFETs. Só nessa semana, as reitorias da UFPR, IFBAs, UFSC, UEM, UFF, UFES e UFS foram ocupadas. Todos as lutas expressam solidariedade à greve dos servidores federais e tem impulsionado indicativos de greve também dos professores universitários.

A semelhança nas pautas específicas é impressionante. Tratam-se de problemas acumulados nas universidades desde a expansão de vagas que se iniciou em 2007. Depois do aumento do número de alunos, a já pouca assistência estudantil se agravou muito, e hoje faltam vagas nas moradias, refeições nos restaurantes universitários, poucas bolsas e valores muito baixos. O governo federal, quando decretou o REUNI, não o fez de forma responsável. É fundamental que aumente o índice de jovens nas universidades, que não passa dos míseros 14%, o que é inaceitável é empurrar uma condição de ensino precária, com falta de estrutura, professores e sem a garantia da permanência estudantil.

É evidente que essa situação das universidades e institutos federais revela a enorme importância do aumento do investimento na educação pública. Atualmente, menos de 5% são investidos, e o governo Dilma, além de ter cortado no início do ano 3,1 bilhões de reais da educação, propôs um novo Plano Nacional da Educação que prevê um residual aumento de 7% do PIB, só para 2020! É por isso que a luta para resolver os problemas específicos de cada universidade, passa necessariamente por fortalecer a campanha nacional em defesa de 10% do PIB pra educação pública já! Campanha esta que está ganhando adesão de cada vez mais entidades e movimentos em todo o Brasil.

Outra semelhança entre todas as lutas é a ausência da União Nacional dos Estudantes. A UNE não apareceu em nenhuma para prestar apoio, e não é difícil entender a razão. Todas, sem exceção, acabam por se chocar contra o governo Dilma e sua política educacional, em especial o novo PNE. A UNE também não apareceu no dia 24 de agosto, na grande Marcha em Brasília que reuniu mais de 20 mil trabalhadores, sem terras e estudantes. Fica cada vez mais claro que a sua defesa dos 10% do PIB pra educação serve mais para aplaudir o governo do que realmente organizar a luta estudantil na base.

É necessário que as lutas em cada uma dessas universidades e colégios se fortaleçam e que, nas demais, as entidades estudantis construam iniciativas de luta para defender a qualidade da educação pública. Isso passa pela formação dos comitês da campanha dos 10% do PIB para educação pública já, organizando as entidades, planejando debates, seminários, manifestação e a construção de um grande Plebiscito Popular em novembro. É dessa forma que a luta da juventude brasileira pode se potencializar e alçar vôos ainda mais altos, trazendo os trabalhadores pras ruas junto conosco, e realmente transformando a educação em nosso país.