10% do PIB JÁ!

Onda de lutas no movimento estudantil já conquista as primeiras vitórias

QUEM DISSE QUE SUMIU?


Movimento Estudantil brasileiro volta a luta, realizando greves e ocupando reitorias país afora. Parece que os ventos da juventude indignada em todo o mundo, chegou ao Brasil. Só na semana da Jornada Nacional de Lutas, 7 reitorias foram ocupadas e 3 greves gerais de universidades estão em curso.

Todo mundo reconhece que 2011 foi um ano que começou diferente. Dia 25 de janeiro, começou uma Revolução no Egito e fez a força da praça Tahrir ocupada derrubar a ditadura de Mubarak e se tornar incentivo para a luta de jovens de todo o mundo. Foi assim na Espanha, Portugal, Grécia, Inglaterra, mais recentemente no Chile.

Os ventos da primavera árabe e do movimento 15-M parece que chegaram ao Brasil. Após o início das aulas, os estudantes vem se mobilizando com força em diversas universidades do país, fazendo assembléias com centenas de alunos que tem votado greve, manifestações e ocupações de reitoria, método muito utilizado no último ascenso estudantil de 2007.

Atualmente, a UFPR e a UNIFESP se encontram em greve geral, além dos Institutos Federais da Bahia, antigos CEFETs. Só nessa semana, as reitorias da UFPR, IFBAs, UFSC, UEM, UFF, UFES e UFS foram ocupadas. Todos as lutas expressam solidariedade à greve dos servidores federais e tem impulsionado indicativos de greve também dos professores universitários.

A semelhança nas pautas específicas é impressionante. Tratam-se de problemas acumulados nas universidades desde a expansão de vagas que se iniciou em 2007. Depois do aumento do número de alunos, a já pouca assistência estudantil se agravou muito, e hoje faltam vagas nas moradias, refeições nos restaurantes universitários, poucas bolsas e valores muito baixos. O governo federal, quando decretou o REUNI, não o fez de forma responsável. É fundamental que aumente o índice de jovens nas universidades, que não passa dos míseros 14%, o que é inaceitável é empurrar uma condição de ensino precária, com falta de estrutura, professores e sem a garantia da permanência estudantil.

É evidente que essa situação das universidades e institutos federais revela a enorme importância do aumento do investimento na educação pública. Atualmente, menos de 5% são investidos, e o governo Dilma, além de ter cortado no início do ano 3,1 bilhões de reais da educação, propôs um novo Plano Nacional da Educação que prevê um residual aumento de 7% do PIB, só para 2020! É por isso que a luta para resolver os problemas específicos de cada universidade, passa necessariamente por fortalecer a campanha nacional em defesa de 10% do PIB pra educação pública já! Campanha esta que está ganhando adesão de cada vez mais entidades e movimentos em todo o Brasil.

Outra semelhança entre todas as lutas é a ausência da União Nacional dos Estudantes. A UNE não apareceu em nenhuma para prestar apoio, e não é difícil entender a razão. Todas, sem exceção, acabam por se chocar contra o governo Dilma e sua política educacional, em especial o novo PNE. A UNE também não apareceu no dia 24 de agosto, na grande Marcha em Brasília que reuniu mais de 20 mil trabalhadores, sem terras e estudantes. Fica cada vez mais claro que a sua defesa dos 10% do PIB pra educação serve mais para aplaudir o governo do que realmente organizar a luta estudantil na base.

É necessário que as lutas em cada uma dessas universidades e colégios se fortaleçam e que, nas demais, as entidades estudantis construam iniciativas de luta para defender a qualidade da educação pública. Isso passa pela formação dos comitês da campanha dos 10% do PIB para educação pública já, organizando as entidades, planejando debates, seminários, manifestação e a construção de um grande Plebiscito Popular em novembro. É dessa forma que a luta da juventude brasileira pode se potencializar e alçar vôos ainda mais altos, trazendo os trabalhadores pras ruas junto conosco, e realmente transformando a educação em nosso país.

Informativo da Campanha 10% do PIB Já!
Campanha pela aplicação de 10% do PIB na educação pública, já!

CARTA ÀS ENTIDADES E AOS MOVIMENTOS SOCIAIS

A reunião do dia 21 de julho p.p. realizada na sede do Andes-SN, em Brasília-DF, voltou a discutir a campanha em favor da aplicação de 10% doPIB na educação pública, já! Dela participaram além dos representantes das entidades presentes na reunião anterior (15 de junho), representantes de mais outras entidades, o que mostra ter havido uma ampliação do movimento.

Nessa reunião, foram definidas várias ações a serem encaminhadas pela Comissão Executiva a fim de dar visibilidade à campanha, em especial no Ato do dia 24 de agosto em Brasília, parte da Jornada de Lutas de Agosto.

Assim, além de conclamar todas as entidades e os movimentos a comporem a Ala dos 10% do PIB para a Educação Pública, Já! no Ato do dia24 de agosto, foram definidas ainda as seguintes atividades, conforme consta do relatório da referida reunião, já enviado às entidades e aos movimentos presentes:

- dia 23 de agosto: 14h – Reunião das entidades e dos movimentos – balanço das atividades de participação da marcha na "Ala" e definições acerca do plebiscito; 17h – Debate sobre o tema Financiamento da Educação; Local: Auditório da Paróquia do Verbo Divino – L2 Norte, SGHAN 609 –Asa Norte (tel. 61-3349.5101).

- dia 24 de agosto:- Participação na marcha, com a "Ala dos 10% do PIB para a Educação Pública, Já!", identificada por meio de camisetas, cartazes, faixas e adesivos; Local: Esplanada dos Ministérios; Observação importante: após o Ato, em local a ser divulgado posteriormente, haverá plenária nacional da campanha.

O ANDES-SN, integrante da Comissão Executiva, reitera o convitepara participação nas atividades mencionadas e espera a adesão dos demais setores da sociedade civil que reivindicam a defesa da educação pública.

Brasília-DF, 17 de agosto de 2011
ANDES-SN