segunda-feira, 18 de abril de 2011

GREVE DOS TERCEIRIZADOS DA USP!

ANEL em apoio a greve dos Terceirizados da limpeza da USP!

Tempos de lixo… tempos de luta… Há uma semana a Universidade de São Paulo está sendo palco de uma intensa mobilização dos trabalhadores terceirizados da limpeza devido ao atraso no pagamento de seus salários. Somado a isso, a radicalização dos trabalhadores também reflete as péssimas condições de trabalho da categoria. A Reitoria da USP e a empresa responsável afirmam que os salários já foram depositados em juízo. Mas o concreto é que até hoje os pais e mães de família não receberam seus salários e estão passando por uma situação dramática. Como forma de pressionar o atendimento as suas reivindicações os trabalhadores paralisaram suas atividades nessa semana. Em resposta, a Reitoria da USP, também responsável pelas relações trabalhistas na Universidade, ao invés de pressionar a empresa e se responsabilizar pelo pagamento dos salários, optou por imediatamente contratar outra empresa para garantir os serviços de limpeza como tentativa clara de enfraquecer o processo de mobilização dos terceirizados em greve. Mas os trabalhadores não ficaram calados e a semana na faculdade de Filosofia e Ciências Humanas foi marcada com intensas mobilizações. Saindo da Reitoria em passeata, os terceirizados e se somando a eles, centenas de estudantes, reviraram a FFLCH e, como forma de protesto, espalharam o lixo pelos corredores e salas de aula denunciando em alto e bom som “Na USP está voltando à escravidão!”. A forma de protesto gerou um grande debate na comunidade Universitária. A argumentação de que o “modo do protesto” impõem falta de condições de higiene esquece na verdade que os trabalhadores da limpeza que limparam durantes anos os mesmos corredores e salas de aula vivem hoje um drama real devido a falta de salários e condições de trabalho. Trabalhadores da limpeza: contem com os estudantes! Nessa discussão, a ampla maioria dos estudantes tomou lado e se somou em apoio e mobilização ao lado da categoria paralisada. Foram passagens em sala, plenárias e muita discussão que debateram o tema e, além da solidariedade aos trabalhadores, hoje se reflete na paralisação de cursos como o de História e Letras noturno. A Assembléia Nacional dos Estudantes – LIVRE está presente nessa mobilização e reafirma seu incondicional apoio a luta dos trabalhadores terceirizados. Acreditamos que é uma tarefa fundamental dos estudantes que defendem uma Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade estar ao lado dos trabalhadores nesse momento, ampliando o apoio e solidariedade a essa categoria. Reitor Rodas: O estudante e os trabalhadores devem ser prioridade! Queremos uma USP Pública, gratuita e de qualidade! A política de terceirização vem sendo aprofundada nos últimos anos como parte de uma política de desresponsabilizar a Instituição e aprofundar o caráter privado na USP. A Reitoria tem a responsabilidade de responder sobre os atuais acontecimentos, garantindo o pagamento dos salários dos trabalhadores urgentemente! Mais que isso, a ANEL defende a incorporação desses trabalhadores ao quadro de funcionários da USP garantindo a estabilidade e os direitos trabalhistas como forma de enfrentar as péssimas condições de trabalho e emprego dessa categoria. Mas, infelizmente, a terceirização e suas conseqüências não é o único problema no cenário da USP. Atualmente é mais uma face do projeto levado pelo atual Reitor Rodas de “modernização” da USP. Esse projeto se concretiza de forma desigual pela USP, mas já tem efeitos reais: reestruturação e fechamentos de cursos para se adequaram a uma lógica mais “competitiva”; perseguição aos movimentos sociais da Universidade, falta de estrutura nos prédios, salas de aula e laboratórios versus investimentos milionários no mercado (A Reitoria comunicou um gasto de quase 250 milhões de reais para comprar prédios e vagas de estacionamento fora do Campus!!!); etc. Assim, hoje, encher de solidariedade e ajudar a ampliar a mobilização dos trabalhadores terceirizados é antes de tudo se enfrentar com esse projeto do Reitor Rodas e defender uma USP 100% pública, gratuita e de qualidade. Por isso, é tão importante que o conjunto da comunidade acadêmica, professores, estudantes e demais funcionários apóiem esse processo entendendo a importância de prestar solidariedade a esses trabalhadores. A ANEL faz o chamado para que o estudantes se insiram nessa mobilização e tragam o vigor de luta da juventude em defesa dos trabalhadores e de uma Universidade livre da injustiça!

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